Uma piada é o que sou
Eu rio de mim mesmo
Preso no que sou
Na farsa em que me tornei
Eu sei que sou contraditório
Esse é o meu modus operandi
Não acho respostas num consultório
EU me recrio num instante
Esse apego e essa repulsa
Não há como explicar
Não há quem me ame, amo quem me usa
E não há o que falar
Procuro a perfeição
Com defeitos que a completem
Não preste atenção
Apenas dê o nó, e então aperte
Fibras no pescoço, marcas na pele
Fraturas nos ossos, olhar inerte
Feridas internas, traquéia esmagada
Órgãos intactos, do coração não sobrou nada
Linhas paralelas feitas com firmeza
Verticais, para ter certeza
Um, dois, três
Quatro, cinco segundos
E tudo escurece...
Acordo internado
Mais uma vez fui "salvo"
Por que não me deixam fazer o que quero?
Eu só erro, erro, erro
E quando tento acertar
Vêm me impedir
Não venham me salvar
Não tentem me ajudar
Não há o que fazer
Não quero continuar
Não posso acordar
Deixem-me partir.
(Poema de D. Joe)
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