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20 de nov. de 2010

Manchas de Vida Nas Folhas do Tempo

Uma folha em branco
É tudo o que vejo
Uma folha em branco
Pra expressar meu desejo
Uma folha em branco
Mas assim não há de ficar
Com uma caneta
A tinta começa a manchar

De tinta
São os traços que escrevo
Traços de tinta
Desenham as palavras que me atrevo
Símbolos feitos com tinta
Minhas palavras, podem contar
Simples rabiscos à tinta
O que expresso vão revelar

Marcadas à tinta
Agora as estrofes são três
Gravadas à tinta
Foge-me a rima desta vez
Palavras à tinta
Revelam agora um coração partido
Sons para a visão
Estilhaçado por um sentimento não-correspondido

Embora diga isso
O que aconteceu já não importa
Embora diga isso
O solitário sozinho se conforta
Embora diga isso
O coração não deixa de sonhar
Mas embora essas palavras sejam ditas
O ferimento não quer cicatrizar

Não exatamente
A ferida durará eternamente
Não exatamente
Não há caminho mais à frente
Não exatamente
Estou triste neste momento
Mas precisamente
Ainda sinto este agridoce sentimento

Agora a folha está manchada
De tinta e aquilo que eu pensava
Agora a folha está manchada
De palavras sobre como estou e estava
Ao fim agora o poema chega
É o fim da folha, o fim desta inspiração
Ao fim agora, triste fim que chega
Ao parar o movimento a caneta interrompe a ação


19/04/09
(Poema de D. Joe)

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